Uma visita ao Pico é uma experiência única, a céu aberto, de relação com a vulcanologia do arquipélago açoriano. Conhecida por integrar o ponto mais alto de Portugal (2350m), esta ilha encerra em si um conjunto de geossítios dignos de visita.
O itinerário que aqui se propõe começa com a visita à Gruta das Torres, o maior tubo lávico conhecido em Portugal, com 5150 m de comprimento total. Esta cavidade foi formada por escoadas lávicas de erupção vulcânica com origem no Cabeço Bravo, no complexo vulcânico da Montanha. Classificado como Monumento Natural do Parque Natural do Pico, a visita ao interior da Gruta das Torres é uma experiência imperdível.
Prosseguimos para um passeio pela Reserva Florestal do Mistério de São João. Estes solos pobres e pedregosos resultaram da erupção iniciada a 2 de fevereiro de 1718, com intensa sismicidade, ruídos estridentes e emissão de 6 rios de lava a partir de uma abertura localizada entre Terra do Pão e Companhia de Cima. Esta erupção terá sido responsável pela destruição de muitas habitações e, até, da igreja local. A designação de “mistério” provém precisamente da denominação que os habitantes atribuíam a estes fenómenos vulcanológicos, muitas vezes devastadores e incompreensíveis pela população comum. Atualmente, a mata de recreio possui uma vasta gama de equipamentos recreativos e aqui podemos visitar o Centro de Divulgação Florestal, dedicado ao tema do vulcanismo.
De seguida, visitamos o Miradouro de Arrife, local a partir do qual o visitante poderá apreciar uma vista incrível sobre a Fajã Lávica das Ribeiras, localizada na costa sul da ilha do Pico. Esta fajã foi formada sobretudo por escoadas lávicas, emitidas há cerca de 3.500 anos, as quais fizeram crescer a ilha e formaram uma arriba fóssil.
Por último, terminamos no Miradouro das Lajes do Pico, com uma excelente perspetiva da Fajã Lávica das Lajes do Pico e da vila com o mesmo nome. Deste local, podem ainda ser observados um conjunto de geossítios com grande interesse para a compreensão da evolução vulcanológica da ilha: Montanha do Pico, as Erupções Históricas de 1718 e 1720, o Vulcão do Topo e o “Castelete” e a chaminé de um antigo cone de escórias, hoje muito erodido e desgastado pela ação do mar.