Faial
Praia do Norte, Capelinhos e CapeloFaial
Praia do Norte, Capelinhos e Capelo
Duração
Meio dia (4h00)
Distância total
11 km
Dificuldade
Médio
ITINERÁRIO
RVI01FAICompreender a história do vinho do Faial exige que o visitante se deixe perder por entre vinhas antigas, muitas delas abandonadas ou em transformação, pela mão de novos produtores que se dedicam apaixonadamente a este ofício de recuperar aquilo que outrora foi uma das principais atividades económicas da ilha.
Neste percurso, começamos por visitar, através de um trilho pedestre circular, com cerca de 2,5 km de extensão, a Costa Norte da ilha do Faial, na freguesia da Praia do Norte. Esta freguesia, duramente marcada pela proximidade com o Vulcão dos Capelinhos, ilustra o eterno duelo entre o mar e os vulcões e resulta de uma escoada lávica da erupção histórica do Cabeço do Fogo (1672/73). Abençoada por um microclima especial, esta freguesia tornou-se propícia para o cultivo das vinhas e, consequentemente, surgiram adegas e casas de veraneio que outrora se dedicavam à arte de produzir o vinho do Faial.
Este percurso pedestre passa precisamente pela Rua das Adegas, em direção à Praia do Norte. Aprecie esta paisagem protegida, repleta de espécies endémicas – típicas da floresta Laurissilva, como o Louro (Laurus azorica), o Azevinho (Ilex azorica) e a Urze (Erica azorica) – em perfeita harmonia com muros de pedra e pequenas parcelas de terreno, antigamente cobertas de vinhas.
O percurso segue para o centro da freguesia da Praia do Norte, passando pela Ermida de Nossa Senhora da Penha de França, edificada em 1878.
Seguimos para a zona dos Capelinhos, uma das mais interessantes paisagens do Faial. Profundamente marcada pela erupção vulcânica de 1957, causadora da destruição de grande parte do casario e de plantações existentes à data, esta paisagem única e impactante, chega a ser comparada à superfície lunar.
Sugerimos terminar o dia da melhor forma possível: com a visita à Adega do Vulcão para conhecer este projeto único que visa recuperar a abandonada tradição vinícola da ilha. Ao percorrer os caminhos entre as vinhas, sempre de olhos postos no mar, somos surpreendidos por ruínas de pequenas adegas que foram soterradas pelas cinzas do Vulcão dos Capelinhos, as quais confirmam a importância desta zona da ilha, na produção vinícola, antes da catástrofe natural. Entre o verde das vinhas e as tonalidades cinza do solo, ouvimos o mar bem perto e terminamos com uma prova de vinhos provenientes destes solos ímpares, repletos de história.