Na ilha do Pico, o património baleeiro testemunha, ainda e de forma muito significativa, uma memória muito viva que vai muito além dos testemunhos materiais. No percurso da freguesia das Ribeiras do Pico, descobrimos os velhos saberes tradicionais associados à cultura da baleação.
Começamos na rampa de varagem, que foi um dos locais mais ativos e produtivos da baleação no Pico, e que esteve em funcionamento até 1946, altura em que parte das suas infraestruturas foram destruídas por um ciclone.
Logo ali ao lado, temos a Casa dos Botes da Companhia Americana, onde fazemos uma viagem no tempo. No seu interior, são conservados quatro botes baleeiros que, atualmente, saem ao mar para as regatas desportivas e que pertencem ao Clube Náutico de Santa Cruz das Ribeiras. Este é também o espaço onde se encontram antigos baleeiros, como se esperassem por mais uma “arriada à baleia”. Propomos que se sente com eles e se deixe levar pelas suas histórias.
Terminamos na oficina do Mestre João Silveira Tavares, mestre construtor de botes baleeiros, o mais conhecido quer na a nível internacional. Dedicou toda a sua vida à reparação, conservação e restauro de embarcações em várias ilhas do Arquipélago. Em 1998, após o término da baleação nos Açores, começou a construir botes baleeiros açorianos. Com a visita ao Mestre João Silveira Tavares, vamos ficar a conhecer todas as técnicas de construção de botes baleeiros e a sua paixão por eles.