Na ilha das Flores, as importantes bacias hidrográficas e a presença de diversos cones vulcânicos antigos modelaram uma paisagem única e deslumbrante. Por entre cascatas e lagoas, este percurso revela ao visitante uma das incríveis ilhas do arquipélago, cuja presença de água em abundância, fonte de vida por natureza, moldou as paisagens e as vivências dos locais.

O Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão, primeiro ponto de visita, é um espaço dedicado à promoção e ao conhecimento dos locais com maior interesse ambiental da ilha.

Seguimos até ao Planalto Central, para apreciar as particularidades de quatro das sete caldeiras da ilha – a Caldeira Branca e a Caldeira Seca-, seguindo-se um pequeno percurso pedestre com paragem no miradouro, que permite observar simultaneamente a Caldeira Comprida e a Caldeira Negra, a mais profunda do arquipélago. Em todo o geossítio é possível desfrutar das bonitas panorâmicas que esta geopaisagem oferece.

Depois do almoço, prosseguimos até à Fajã Grande, coberta por sedimentos constantemente trazidos por linhas de água (como a Ribeira Grande), para apreciar uma das mais belas paisagens litorais dos Açores. Esta arriba fóssil, com cerca de 300 metros de altura, delimita as referidas fajãs do planalto central da ilha e apresenta inúmeras quedas de água, que alimentam massas de água permanentes na sua base. Estas massas de água são designadas de poços, sendo um dos mais conhecidos, o Poço do Bacalhau, alimentado por uma cascata com cerca de 90 metros de altura. Um lugar idílico com a possibilidade de dar um mergulho!

Faremos uma breve pausa para apreciar o famoso Ilhéu de Monchique, o ponto mais ocidental da Europa, encontrando-se a cerca de 1500 metros da costa oeste da ilha das Flores, historicamente com um papel fundamental no suporte à navegação, como ponto de referência para acertar as rotas e de verificação dos instrumentos de navegação.

Seguimos até ao Poço da Ribeira do Ferreiro, através de um percurso sobre pedra rolada, o qual merece destacada visita por ser considerado por muitos como um local paradisíaco, com a sua íngreme falésia de onde saem as águas das diversas cascatas ali presentes.

Por último, temos ainda a oportunidade de visitar o Moinho de Água da Alagoa, um dos poucos moinhos existentes na ilha que se encontra ainda em funcionamento. Uma visita a não perder, onde o visitante poderá facilmente compreender a utilização da energia hidráulica colocada ao serviço da população: utilizada para moer os cereais, em especial, o milho, muito abundante na ilha das Flores.